Na Floresta do Aruá encontramos espécies endêmicas e ameaçadas como a Preguiça-de-coleira-do-nordeste (Bradypus torquatus) e Ouriço-preto (Chaetomys subspinosus).
A preguiça-de-coleira, antes descrita como uma única espécie para todo Brasil, se dividiu recentemente em duas espécies após um grande estudo realizado pelo Instituto Tamanduá, sob liderança de Flávia Miranda (Journal of Mammalogy, Volume 101, Edição1, fevereiro de 2023, páginas 86-103, https://org/10.1093/jmammal/gyac059). Este estudo, demonstrou que duas espécies de preguiça-de-coleira podem ser reconhecidas: a preguiça-de-coleira-do-nordeste (Bradypus torquatus) que ocorre na Bahia e Sergipe e a preguiça-de-coleira-do-sudeste (Bradypus crinitus) que ocorre no Rio de Janeiro e Espírito Santo, sendo a Praia do Forte a maior área de ocorrência para a Preguiça-de-coleira-do-nordeste em todo o Brasil.
O ouriço-preto (Chaetomys subspinosus), espécie considerada extinta por 30 anos e redescoberta por pesquisadores na década de 80, tem uma população decrescente e ainda pode ser visto por aqui, fazendo com que a Floresta do Aruá tenha entrado como roteiro internacional de mammalwatching.
Através de uma proposta em parceria com o Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação – UESC, teve inicio um projeto titulado em Projeto Conecta-Vidas: avaliação da eficácia de cordas simples como estrutura de travessia de fauna e ferramenta de sensibilização ambiental para a conservação da preguiça-de-coleira-do-nordeste e ouriço-preto”, no corredor florestal composto pela Praia do Forte, Floresta do Aruá, Reserva Sapiranga e Camurujipe, município de Mata de São João, Bahia.
Foram instaladas pontes de corda simples com armadilhas fotográficas, para avaliar quais espécies utilizam estas estruturas, quantificar a taxa de travessia de cada espécie, avaliar mudanças temporais e identificar quais atributos das pontes e dos locais de instalação influenciam a sua eficácia em termos de taxa de travessia e diversidade de espécies contempladas. O Projeto está em andamento.