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Meliponário Aruá

O Brasil conta com aproximadamente 300 espécies de abelhas sem ferrão descritas. Algumas destas espécies são criadas para a produção de mel, própolis e pólen para alimentação humana e outras para que as pessoas tenham em casa uma colônia de abelha sem ferrão, sendo hoje muitas espécies consideradas pets.

As abelhas cumprem um papel muito importante na reprodução das plantas nativas com flores, promovendo a polinização cruzada e, como consequência, a formação de frutos e sementes. Elas também contribuem para a polinização de plantas utilizadas na alimentação humana, como café, tomate, berinjela, urucum, coco, morango, goiaba, cupuaçu, açaí, camu-camu, entre outras, melhorando o rendimento e a qualidade dos frutos e sementes.

Elas são essenciais para a manutenção da biodiversidade, a produção de alimentos e a vida humana, assumindo grande importância na manutenção da vida no planeta. A principal função executada pelas abelhas é a polinização.

Sem a colaboração dessas abelhas, a reprodução de muitas plantas com flores seria impactada negativamente, ocasionando uma diminuição em suas populações, podendo inclusive chegar à extinção e consequentemente impactando a vida na floresta e no planeta, pois animais dependem destes frutos para viver, afetando toda a cadeia alimentar.

Classificação

As abelhas sem ferrão pertencem à família Apidae, tribo Meliponini, razão pela qual também são chamadas de meliponíneos. Apesar do nome, essas abelhas possuem ferrão, mas este é atrofiado e não possui função de defesa. No entanto, elas possuem outras maneiras de se defenderem, que vão desde morder e grudar nos cabelos, como a arapuá (Trigona spinipes), até liberar uma substância ácida que queima a pele, como a caga-fogo (Oxytrigona tataira).

Didaticamente, as abelhas sem ferrão se dividem em dois grupos, baseados principalmente no mecanismo de formação das rainhas. 

O primeiro grupo é caracterizado pela presença de célula real, uma célula de cria maior em altura e diâmetro das demais células, que recebe maior volume de alimento larval. É onde a rainha se desenvolve do ovo até um adulto. Esse grupo é o mais diverso em número de espécies e inclui os gêneros Trigona, Tetragonisca, Scaptotrigona, Nannotrigona, Oxytrigona, Cephalotrigona, Friesella, Plebeia, Schwarziana, Paratrigona e muitos outros. Nos gêneros Frieseomelitta e Leurotrigona não há a formação de células reais típicas, as larvas que se tornam rainhas ingerem uma quantidade extra de alimento depositado em uma célula acessória adjacente.

 

O segundo grupo é formado pelo gênero Melipona, caracterizado por não apresentar célula real. Todas as células de cria possuem o mesmo tamanho e contém similar volume de alimento larval. Assim, até 25% das larvas fêmeas de um favo de cria podem se desenvolver em rainhas. Grande parte das espécies de abelhas sem ferrão, entre elas as mais conhecidas, como a jataí (Tetragonisca angustula), mandaguari (Scaptotrigona depilis), guaraipo (Melipona bicolor), jandaíra (Melipona subnitida), mandaçaia (Melipona quadrifasciata), tiúba (Melipona fasciculata) e uruçu (Melipona scutellaris), constroem seus ninhos em cavidades preexistentes em troncos de árvores. Outras constroem seus ninhos no solo, utilizando formigueiros e cupinzeiros abandonados, ou constroem ninhos aéreos presos a galhos ou paredes.

Distribuição

As abelhas sem ferrão ocupam grande parte das regiões de clima tropical do planeta. Ocupam também algumas importantes regiões de clima subtropical, como porções do Sul do Brasil e Argentina e o Norte do México. Também são encontradas nas florestas tropicais e savanas africanas, no extremo sul da Ásia, inclusive ilhas do Pacífico, e norte da Oceania, incluindo o nordeste australiano.

As espécies ocorrentes no Meliponário Aruá, são espécies ocorrentes na Mata Atlântica.

Venha saber mais sobre as colméias do Meliponário Aruá!

Uruçu-nordestina

Melipona scutellaris

Seu nome comum é uruçu, que vem do idioma Tupi “eiru su”, que nesta língua indígena significa “grande abelha”. Seu mel é altamente desejável e de alto valor comercial. A espécie é agora extremamente rara na natureza devido ao desmatamento da Mata Atlântica e retirada de colméias selvagens da natureza para extração do mel. Isto fez com que a Uruçu-nordestina seja atualmente considerada uma abelha ameaçada de extinção.

Tubiba

Scaptotrigona Tubiba

São abelhas conhecidas pelo seu diferenciado e saboroso mel. As colméias são muito populosas, portanto podem ser defensivas. As abelhas Tubiba são encontradas nos estados: Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo. Como as abelhas Tubiba são do gênero Trigona, a rainha nasce de uma célula real. Esta célula tem o tamanho maior que as células normais, assim possuindo mais alimento. Desta célula nasce uma princesa virgem que depende da fecundação de um zangão para tornar-se rainha. O enxame também decide o momento de fazer a troca da rainha por ela estar velha e fazendo pouca postura.

Iraí

Nannotrigona testaceicornis

Abelha indígena Iraí, pertencente a tribo dos Trigonini, encontrada principalmente em zonas tropicais (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo). São abelhas simpáticas e dóceis, que constróem ninhos em ocos (de árvores, moirões de cerca, paredes de pedra, etc.). Se adaptam bem à áreas urbanas e são as maiores polinizadoras do morango. Muitos produtores de morando orgânico espalham colmeias de Iraí na plantação para aumentar assim a produção.

Jataí

Tetragonisca angustula

Esta belha tem uma ampla distribuição geográfica e se diferencia das outras abelhas nativas pela sua adaptação, nos espaços urbano e rural. Na região Nordeste, ocorre naturalmente nos estados da Bahia, Maranhão, Paraíba e Pernambuco. Apesar da ampla distribuição da abelha Jataí, esta espécie esta sendo vitima de intenso desmatamento, queimadas e outros problemas socioecológicos que afetam a Caatinga nordestina, colocando-a em sério risco de redução de colônias nessa região.

Seu mel é denso e muito apreciado. A sabedoria popular indica este mel para o tratamento de visão.

A Jataí contribui para a polinização de centenas de frutas brasileiras, e tem preferências pelas plantas nativas como a copaíba, fedegosa e alecrim-docampo. O mel possui características peculiares, um pouco mais ácido que os demais das abelhas sem ferrão.

Moça branca

Frieseomelitta doederleini

A Abelha Moça Branca em como localidade típica o bioma Caatinga, mas também é encontrada na Mata Atlântica. Apontada como espécie endêmica do Nordeste, a moça branca esta distribuída geograficamente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.

Produz mel claro, de aroma suave e muito valorizado. Abelha que tolera a seca, produz mel a partir das flores do umbu, umburana, espécies que florecem no período mais seco da região.

Seu ninho é caraterizado pela forma de cacho de uva, não possuindo involucro. Sua entrada é guarnecida por uma abelha.

Marmelada

Frieseomelitta varia

São abelhas sociais, defensivas num primeiro momento, que depositam própolis sobre a pessoa que as importuna, podendo mordiscar, mas logo depois se acalmam. A entrada do ninho é pequena, não saliente e permite que apenas uma abelha passe por vez.

É uma abelha muito adaptada a clima mais quente e seco, sendo comum ser encontrada em mourões de cerca expostos diretamente ao sol ou em postes de energia elétrica. Devido a esta adaptação, o mel de Frieseomelitta varia tem pouca umidade, sendo muito viscoso. O pólen depositado é bastante seco, quase sem nenhuma umidade, o que já ajuda a não ter problemas com forídeos (mosquinha predadora) que gostam de pólen úmido e fermentado.

Uma das características pouco conhecidas sobre a Marmelada e documentada por meio de estudos é que ela é muito resistente ao ataque de abelhas limão e possui casta de soldado, assim como a abelha jataí.

Fontes:

https://mel.com.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Melipona_scutellaris

https://pt.wikipedia.org/wiki/Frieseomelitta_varia

https://www.cpt.com.br/artigos/abelhas-sem-ferrao-marmelada-amarela-frieseomelitta-varia

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